CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. 13 ed. - São Paulo: Ática, 2006
1 CREDENCIAIS DA AUTORA
O livro utilizado para realizar parte da resenha foi elaborado pela professora de Filosofia na Universidade de São Paulo e uma das mais prestigiadas intelectuais brasileiras, com presença atuante no debate político nacional e na construção da democracia no Brasil. Outras obras da autora MARILENA CHAUÍ: A nervura do real; Introdução á história da filosofia; Cultura e democracia; Da realidade sem mistérios ao mistério do mundo, entre outros livros.
2 RESUMO
Por que Sócrates é considerado o “patrono da Filosofia”? Porque jamais se contentou com as opiniões estabelecidas, com os preconceitos de sua sociedade, com as crenças inquestionadas de seus conterrâneos.
Mito da caverna, que serve para explicar a evolução do processo de conhecimento. Segundo ele, a maioria dos seres humanos se encontra como prisioneira de uma caverna, permanecendo de costas para a abertura luminosa e de frente para a parede escura do fundo. Temos, em nossa sociedade, verdades estabelecidas que, embora sejam variáveis, normalmente, não são questionadas. Acreditamos que as coisas e os acontecimentos se relacionam e que podemos manipular essas relações em benefício próprio.
Acreditamos que as coisas e os acontecimentos se relacionam e que podemos manipular essas relações em benefício próprio. Existem relações de causa e efeito entre as coisas, onde houver uma coisa certamente houve uma causa para sua existência. Maria está mais jovem do que Glorinha, coisas, pessoas, situações, fatos podem ser comparadas e avaliadas, julgados por sua qualidade ou quantidade, podem ser conhecidas e usadas em nossa vida.
Os procedimentos rigorosos de pensamento contribuem diretamente para o verdadeiro conhecimento da ciência, a necessidade de entender filosofia vem desde a Grécia antiga e abrangia os mais diversos tipos de conhecimento o que hoje entendemos como pertencentes à matemática, astronomia, física, biologia a lógica, ética e tantas outras ciências, a filosofia não estudava cada uma dessas ciências separadamente seu objetivo era conhecer toda a realidade sem divisão.
O homem ao longo da história vem tentando entender e procurando respostas para muito de seus questionamentos, cada ser carrega em si a necessidade de entender suas próprias verdades e as verdades do mundo deixando de ser uma pessoa isolada, e a filosofa tem seu papel fundamental nesse processo. Somos diretamente influenciados pela família, pela sociedade, que acabam ditando as regras influenciando diretamente nosso modo de agir e de pensar, mas Descartes deixa claro que cada indivíduo é livre para sustentar suas crenças e verdades utilizando-se de vários métodos para isso.
Por muitos anos os primeiros filósofos gregos compartilharam de diversas crenças místicas enquanto desenvolviam um conhecimento racional que chegaria a filosofia, ou seja, a filosofia grega seguiu tentando desenvolver o logos o saber racional em contraste com o mito o saber alegórico, ou seja, o mito é como uma fantasia e o logos a razão. Muitos são os fatores que contribuíram para o desenvolvimento da filosofia na Grécia as viagens marítimas, a criação do calendário entre outros acontecimentos desmistificariam a ilusão das pessoas com relação ao mundo.
A história da filosofia é marcada por dois períodos distintos a fase inaugural da filosofia grega é marcada como o período pré-socrático composto por Tales, além de Tales podem-se citar outros dois filósofos importantes Anaximandro e Anaxímenes. Entre os objetivos desses primeiros filósofos podemos citar a Cosmologia a tentativa racional de explicar o universo. Chegamos então ao aparecimento de Sócrates.
Com as cidades virando grandes metrópoles surgem os chamados Sofistas que eram filósofos que defendiam a arte da oratória. Sócrates era contra os sofistas dizia que eles não eram filósofos porque não tinham amor pela sabedoria nem respeito pela verdade.
A proposta de Sócrates era que antes de tudo cada um conhecesse a si mesmo, ou seja, ele passou a fazer com que o povo pensasse sobre outras coisas, que questionassem e não aceitassem tudo que os poderosos queriam passivamente. Sócrates então passa a ser um perigo contra os poderosos foi acusado de vários crimes e condenado ao suicídio.
Esta situação nos remete aos dias de hoje, estamos vendo muitas coisas erradas acontecendo ao nosso redor muitas vezes discordamos da situação, mas continuamos de braços cruzados aceitando as barbaridades de certos políticos sem reagir. Temos memória curta e nas eleições seguintes elegemos novamente quem mentiu quem roubou nos tornado cúmplice dos erros dos poderosos. Então eu me pergunto onde está nossa capacidade de pensar, de saber o que é certo e o que está errado, será que precisamos de um novo Sócrates para nos mostrar novamente qual é o caminho? Aristóteles discordava em alguns pontos de Platão. Não acreditava que existisse um mundo das idéias abrangedor de tudo existente; achava que a realidade está no que percebemos e sentimos com os sentidos, que todas as nossas idéias e pensamentos tinham entrado em nossa consciência através do que víamos e ouvíamos e que o homem possuía uma razão inata, mas não idéias inatas. Aristóteles afirma que, antes de um conhecimento constituir seu objeto e seu campo próprio, seus procedimentos próprios de aquisição e exposição, de demonstração e de prova, devem primeiro, conhecer as leis gerais que governam o pensamento, independentemente do conteúdo que possa vir a ter. O estudo das formas gerais do pensamento, sem preocupação com seu conteúdo, chama-se lógica, e Aristóteles foi o criador da lógica como instrumento do conhecimento em qualquer campo do saber. A lógica não é uma ciência, mas o instrumento para a ciência. Para Aristóteles, a lógica não era uma ciência teorética, nem prática ou produtiva, mas um instrumento para as ciências.
A filosofia patrística resultou do esforço feito por Paulo e João e pelos primeiros padres da igreja para conciliar a nova religião o cristianismo, patrística liga-se a tarefa religiosa de evangelização. O desafio da filosofia patrística era conciliar razão e fé. Filosofia medieval abrange pensadores europeus, árabes e judeus. Nesta época a igreja romana dominava a Europa. A filosofia da renascença é marcada pela descoberta de obras de Platão desconhecidas na idade média e de novas obras de Aristóteles, que passam a ser lidas em grego e a receber novas traduções. A filosofia moderna, este período nasce o ceticismo, a dúvida da capacidade da razão humana para conhecer a realidade exterior ao homem. Filosofia contemporânea, é o período mais próximo de nós, parece ser o mais difícil de definir, pois as diferenças entre as várias filosofias ou posições filosóficas nos parecem muito grandes porque as estamos vendo surgir diante de nós. É uma leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida, além de diversas releituras.